A documentação cartorial da Paraíba é riquíssima. Cidades como Pombal, Patos, Santa Luzia etc. ainda guardam inventários dos seus troncos genealógicos, muitos dos quais no início do século XVIII. No Cariri, São Joao do Cariri e Cabaceiras têm documentação ainda da segunda metade do Século VIII. Picuí e Cuité ainda guardam inventários dos séculos XVIII a XIX. Cidades brejeiras como Areia, Guarabira, Alagoa Grande, Bananeiras e Alagoa Nova guardam documentação como inventários, processos e alguns livros de notas que são de suma importância para entender a genealogia do povo paraibano e do Nordeste. As famílias, em geral tinham terras de plantar lavouras nos Brejos e de criar gados nos Sertões. Além disso, temos o acervo de Joao Pessoa e Mamanguape com documentos valiosíssimos.
Se fizermos uma rápida inspeção nas fontes paroquiais da PB, veremos que há muitos hiatos em seus livros: alguns foram simplesmente perdidos por clérigos descuidados, outros danificados pelas traças, água e outros males. Dessa forma, acredito que a genealogia só se complementa se tivermos essas fontes paralelas que seriam de imensa utilidade para podermos fechar tais lacunas genealógicas.
Infelizmente, o trabalho é árduo e o tempo URGE. O tempo urge porque os inventários se encontram nos arquivos judiciais locais, muito cheios de poeira, infiltrações, traças e tratados por arquivistas que sequer sabem o valor histórico de tamanha e tão importante documentação!!! Acredito que, se nada for feito, nos próximos 10 anos ou menos, já não restará pedra sobre pedra dessa que, a meu ver, é a mais completa fonte de informação para a genealogia paraibana e nordestina.
Precisamos não deixar isso tudo ser destruído. Alguns Fóruns já até tem feito queima de documentos! Precisaríamos de algum apoio para não deixar essa documentação sumir!! No que tange à Paraíba, certamente se pudesse ser firmado um acordo entre uma instituição ou Igreja como a dos Mórmons e o Tribunal de Justiça, tão importante documentação estaria salva a exemplo dos arquivos regionais de Portugal. Já que não os temos, se, pelo menos, tivéssemos as cópias digitais salvas, muito, mas muito, não seria perdido.
Infelizmente o tempo urge e, como diriam os romanos, carpe diem quam minimum credula postero.
Prof. Dr. Eliton S. Medeiros - UFPB
João Pessoa, 5 de maio de 2019
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