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Foto do escritorFlauber Barros Leira

DOCUMENTOS HISTÓRICOS AMEAÇADOS DA PARAÍBA – UMA AÇÃO PARA AGORA, pelo Prof. Sr. Eliton S. Medeiros

Atualizado: 18 de mai. de 2019

A documentação cartorial da Paraíba é riquíssima. Cidades como Pombal, Patos, Santa Luzia etc. ainda guardam inventários dos seus troncos genealógicos, muitos dos quais no início do século XVIII. No Cariri, São Joao do Cariri e Cabaceiras têm documentação ainda da segunda metade do Século VIII. Picuí e Cuité ainda guardam inventários dos séculos XVIII a XIX. Cidades brejeiras como Areia, Guarabira, Alagoa Grande, Bananeiras e Alagoa Nova guardam documentação como inventários, processos e alguns livros de notas que são de suma importância para entender a genealogia do povo paraibano e do Nordeste. As famílias, em geral tinham terras de plantar lavouras nos Brejos e de criar gados nos Sertões. Além disso, temos o acervo de Joao Pessoa e Mamanguape com documentos valiosíssimos.



Se fizermos uma rápida inspeção nas fontes paroquiais da PB, veremos que há muitos hiatos em seus livros: alguns foram simplesmente perdidos por clérigos descuidados, outros danificados pelas traças, água e outros males. Dessa forma, acredito que a genealogia só se complementa se tivermos essas fontes paralelas que seriam de imensa utilidade para podermos fechar tais lacunas genealógicas.


Parte do acervo da cidade de Cabaceiras - PB

Infelizmente, o trabalho é árduo e o tempo URGE. O tempo urge porque os inventários se encontram nos arquivos judiciais locais, muito cheios de poeira, infiltrações, traças e tratados por arquivistas que sequer sabem o valor histórico de tamanha e tão importante documentação!!! Acredito que, se nada for feito, nos próximos 10 anos ou menos, já não restará pedra sobre pedra dessa que, a meu ver, é a mais completa fonte de informação para a genealogia paraibana e nordestina.


Detalhe do Livro de Registros de Ferros de marcar gado

Precisamos não deixar isso tudo ser destruído. Alguns Fóruns já até tem feito queima de documentos! Precisaríamos de algum apoio para não deixar essa documentação sumir!! No que tange à Paraíba, certamente se pudesse ser firmado um acordo entre uma instituição ou Igreja como a dos Mórmons e o Tribunal de Justiça, tão importante documentação estaria salva a exemplo dos arquivos regionais de Portugal. Já que não os temos, se, pelo menos, tivéssemos as cópias digitais salvas, muito, mas muito, não seria perdido.

Infelizmente o tempo urge e, como diriam os romanos, carpe diem quam minimum credula postero.


Prof. Dr. Eliton S. Medeiros - UFPB

João Pessoa, 5 de maio de 2019

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